O senador Cid Gomes (PDT-CE) participou, na noite desta quinta-feira (29/04), de uma conversa online promovida pelo presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros, Antônio Neto, e criticou duramente a atuação do Governo Federal na pandemia. Ele disse que o Brasil vive um momento dramático, fruto da irresponsabilidade e da falta de planejamento comandada pelo presidente Bolsonaro. E apostou que ele “será desmascarado” pelo trabalho da CPI da Pandemia, que teve início esta semana no Senado.
Do debate em que se discutiu a situação atual do país, mas também propostas de reconstrução nacional, também participaram a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) e o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).
Cid iniciou a conversa analisando a ascensão de Bolsonaro, “uma figura abjeta, desqualificada, medíocre do baixo clero”, como fruto de várias negações: da política, do meio ambiente, do desarmamento. Disse que ele está cercado de vassalos e que não tem projeto para o país, mas que não vê perspectivas para o impeachment.
CPI da Pandemia
Antônio Neto quis saber se a CPI corre o risco de acabar em pizza, ao que o senador respondeu com a necessidade de se criar consensos nacionalmente para poder avançar. Ele também indagou sobretudo aos senadores sobre o projeto relacionado à compra de vacinas por empresas privadas. Tanto Cid, quanto Eliziane, disseram que “o projeto fura fila” não vai prosperar no Senado, como aconteceu na Câmara. “Foi uma péssima ideia”, disse Molon, falando de sua expectativa de que o Senado exerça um papel de contenção do Executivo, como a Câmara fez nos primeiros dois anos do governo.
Cid Gomes lembrou casos próximos a ele de pessoas que contraíram a Covid e lamentou que o governo tenha sabotado iniciativas para conter a expansão da pandemia. Ele criticou ainda a atuação de alguns médicos que, irresponsavelmente, receitam remédios como ivermectina e cloroquina, além de kits de tratamento precoce que não possuem nenhuma comprovação científica e não estão mais sendo usados em nenhum país do mundo.
Taxação de grandes fortunas
Ao comentar medidas recém adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, inclusive na taxação dos super ricos, Cid lembrou o projeto de resolução nº 57/2019, de sua autoria, que aumenta a alíquota de impostos sobre grandes heranças e doações. Ele lamentou que a proposta não tenha avançado no Senado. Cid citou dados de outros países, como a Coréia, para defender maior taxação de fortunas.
Os parlamentares também debateram sobre o tamanho do Estado e a necessidade de maior intervenção estatal na economia, sobretudo em situações de crise. E o senador disse que é preciso mais investimento direto, renda mínima, parcerias. Defendeu, sobretudo, que o grande investimento deve ser em educação. Lembrou a atuação do Congresso no aumento da participação federal nos recursos do FUNDEB, o fundo para a educação básica, mas ressalvou que “estamos ainda muito longe de uma educação de qualidade”.
Confira a entrevista abaixo: