O senador Cid Gomes avalia que 2021 será um ano muito difícil para a economia do País, em que não haverá crescimento. “Esse ano será crítico para a nossa economia, será um ano muito difícil e os prognósticos não são bons. A previsão de crescimento será muito próxima de zero”, previu Cid. Ele lembrou ainda que em 2021 o Governo Federal não terá a liberdade para gastar como teve em 2020, com a vigência do decreto emergencial em razão da pandemia da Covid-19.
“Esse ano o presidente não terá a liberdade para gastar que teve no ano passado. No ano passado, por meio do decreto de emergência, ele teve liberdade para não honrar o teto de gastos, para não honrar o déficit público estimado no orçamento, esse ano não tem nada disso”, lembrou.
Déficit recorde
Cid lembrou ainda que, por conta dos gastos fora da previsão orçamentária, 2020 terá um déficit primário recorde. O déficit primário representa o resultado negativo nas contas do Governo. “Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes ficarão marcados pelo maior déficit público da história brasileira. O valor será superior a R$ 800 bilhões, isso é o maior déficit praticado em toda a história do País, é três ou quatro vezes o maior déficit que já teve na história”, lembrou Cid.
O parlamentar prevê que, a partir do segundo semestre, repartições públicas possam ter problemas para pagar salários de seus servidores e muitos setores vão apresentar problemas para manter as portas abertas.
Reformas
Com relação às reformas, Cid acredita que pode até ser apreciada pelo Senado alguma proposta de reforma tributária que simplifique a cobrança de tributos, reunindo-os em um só, mas acha pouco provável a aprovação de uma reforma que altere e amplie de forma substancial o valor da arrecadação. “Uma proposta para simplificar, juntar alguns tributos é algo praticamente consensual, mas não fará nenhuma reforma que faça diferença no valor da arrecadação”, avaliou.
Com relação a outras reformas, como a administrativa, Cid acha pouco provável que os presidentes da Câmara e do Senado consigam pautá-la este ano e criticou o falso consenso de que o gasto com o servidor público é o maior culpado para o problema fiscal do Brasil.
Estado mínimo
Cid Gomes também criticou o discurso neoliberal de integrantes do atual Governo na defesa do estado mínimo. “Falavam em estado mínimo, mas vimos agora que quem atenuou um pouco o sofrimento causado pela pandemia foi um bem sucedido projeto de governo, o Sistema Único de Saúde (SUS), não fosse ele o sofrimento da população brasileira teria sido ainda maior”, defendeu, completando que com as desigualdades que predominam no Brasil o Estado precisa ter capacidade de ser um agente desconcentrador de renda”
Confira abaixo entrevista dada pelo senador Cid Gomes para a Carta Capital: