O presidente Jair Bolsonaro continua envergonhando o país perante o mundo. Em discurso na abertura da Assembleia das Nações Unidas (ONU) pelo Brasil, voltou a exercer, em toda a sua plenitude, a negação como método: negou os incêndios na Amazônia e no Pantanal; negou a incompetência para enfrentar a pandemia; negou a incapacidade em combater a poluição no litoral brasileiro. Como sempre, transferiu culpas. Mais uma vez se apequenou.
Como se não bastasse, resolveu criar um universo paralelo, mas não convence ninguém. Nesse mundo particular, índios e caboclos são os responsáveis pelos incêndios na Amazônia que, segundo ele, é uma floresta úmida e por isso não pega fogo. Um absurdo total.
Como não tem argumentos, partiu para a vitimização. Afirmou que o Brasil é vítima de uma campanha mundial de desinformação na questão ambiental. Sobre o Pantanal, disse que são incêndios naturais. Nada falou sobre a incompetência do governo para combater a tragédia ecológica causada pelo derramamento de petróleo no litoral brasileiro que provocou e ainda provoca prejuízo ao turismo e à indústria pesqueira.
Quanto à pandemia provocada pelo novo coronavírus, foi previsível mais uma vez: lavou as mãos, demonstrou a falta de empatia conhecida com o número de mortos e culpou o isolamento social pelo fracasso na economia. Aproveitou ainda para mentir dizendo que distribuiu até mil dólares para os mais pobres. Nunca, em 75 anos, a ONU assistiu um discurso tão fora da realidade.
Em uma tentativa de apagar a imagem queimada, ele demonstrou mais uma vez sua covardia; não enfrenta nada. Aponta sempre o dedo para os outros. Vai ficar para a história a mentira dita em alto e bom som de que o seu governo exerce a “política de tolerância zero ao crime ambiental”.
Uma vergonha mundial.