O desenvolvimento constante e a soberania plena de qualquer país só são possíveis com um investimento maciço em ciência e tecnologia. Em paralelo à C&T, a educação. Foi assim que a Coréia do Sul deu um salto econômico e se transformou num Tigre Asiático. Sucessivos governos do país decidiram investir na educação, mobilizaram os pais – muitos deles analfabetos – a levarem e manterem os filhos nas escolas. Em pouco mais de trinta anos, a economia sul-coreana passou a produzir marcas que se tornaram mundiais. Uma vitória exemplar dessa associação capitaneada pelo conhecimento. O governo cumpriu o papel de investir na produção com inovação.
Outro exemplo vem de um pequeno país europeu, a Irlanda do Norte. Após anos de disputas fratricidas, o país que faz parte do Reino Unido celebrou um acordo de paz entre católicos e protestantes. O acordo foi assinado há 22 anos numa sexta-feira santa. Com a paz, as forças políticas adversárias se uniram e decidiram que era hora de fazer o país crescer, prosperar. Decidiram, então, investir prioritariamente em C&T durante 30 anos. A Irlanda do Norte se reconstruiu e melhorou a qualidade de vida da população.
São dois exemplos que ilustram bem o esforço que o Brasil deve fazer para investir muito mais em educação, ciência e tecnologia. Mas, infelizmente, com o atual governo, o retrocesso supera o bom senso.
Deixamos de investir, muitas vezes por ignorância política e mesquinharia, num setor que importa não apenas para o futuro, mas também para o agora. Com conhecimento, o país pode enfrentar os desafios e adversidades. Não é isso que tem acontecido. A opção do governo federal foi cortar recursos para o setor. A falta de investimento foi escancarada com a pandemia do COVID-19. Para se ter uma ideia, para o próximo orçamento do próximo ano, a previsão é de uma queda de 31,69% em relação a 2020, isso quando universidades e pesquisadores já sofrem com cortes e a falta de recursos. Um país que não investe em Educação, Ciência e Tecnologia não consegue ser independente nem soberano.